quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pra ver como estão as coisas na escola hoje....



O problema da co-educação: as escolas mistas, sistema de ensino que a Igreja sempre recusou

Por Vladimir Lachance
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Por co-educação se entende a educação de meninos e meninas feita em comum, modelo que domina a maior parte das escolas do Brasil e do mundo.
Apesar de dominante, este modelo educacional só se estabeleceu no último século: pouco a pouco foi substituindo as escolas não-mistas, até que, por volta da década de 70, se tornou o modelo normal de educação, enquanto que as escolas que educavam apenas um dos sexos foram desaparecendo, à força da pressão feita pelos órgãos de educação do país – e em parte também pela mudança de mentalidades da sociedade em geral.
Então, o que para nós parece algo comum na verdade não o foi. Até o século XIX a influência da Igreja sobre a educação ainda se fazia presente de algum modo, preservando o princípio de que a educação deveria ser diferenciada para cada sexo. Mas, neste mesmo século, as vozes incorfomadas com os ideais católicos já começam a se fazer ouvir: eis que a propaganda pela co-educação aparece.
De 1882 a 1884 ocorreu o “Congresso de Instrução” no Rio de Janeiro. Embebido da influência pseudo-científica do Positivismo, este congresso abordou questões avançadas para a época, como a “liberdade de ensino”, o “ensino obrigatório” e a “organização do ensino secundário feminino”. Além disto, nos parece interessante destacar neste Congresso o parecer dado pelo Inspetor da Instrução Pública do Rio de Janeiro, Dr. João Barbalho Uchôa, que levanta inúmeros argumentos em favor da co-educação – que constituem praticamente os mesmos argumentos utilizados pelos propugnadores da co-educação atualmente, por isso vemos a necessidade de analisá-los. Os seus argumentos se resumem a:
1. [...] a influencia irrecusavel que o ensino mixto produz com relação aos costumes e maneiras, contribuindo de modo muito decisivo para ameniza-los. Como é, porém, que se apparece esse estimulo, e como se dá essa amenização. É simples, e facilmente se comprhende. As alumnas pretendem não se mostrar inferiores em aproveitamento aos alumnos, e por sua parte estes não querem deixar-se vencer por ellas. Resultado: mais applicação; mais assiduidade; melhores lições; maior proveito e adiantamento (CONGRESSO DE INSTRUÇÃO 1882-1884, item I).
Para fazer este primeiro ponto funcionar, o Inspetor então saca do segundo argumento – introdução de mulheres no quadro de professores, para amenizar a dificuldade das meninas em aceitar a presença de meninos na classe; a professora funcionaria como mediadora das duas partes:
2. Sabe-se que a mulher tem mais facilidade, mais jeito de transmittir nos meninos os conhecimentos que lhes devem ser communicados. Maneiras menos rudes e seccas, mais affaveis e attrahentes que os mestres, aos quaes incontestavelemnte vence em paciência, doçura e bondade. Nella predominam os instinctos maternaes, e ninguém como ella possue o segredo de captivar a attenção de seus travessos e inquietos ouvintes, sabendo conseguir que as lições, em vez de tarefa aborrecida, tornem-se-lhes como uma diversão, um brinco (CONGRESSO DE INSTRUÇÃO 1882-1884, item II).
3. Assim educados, elles sahem da escola com a profunda imprensao que ahi receberam e serão homens attenciosos, cheios de acatamento para com as senhoras, e de costumes que honram a sua educação (CONGRESSO DE INSTRUÇÃO 1882-1884, item II).
4. Em vez de dous mestres, duas escolas, duas casas [...], uma aula mixta presta o mesmo e melhor serviço: e com a quantia poupada da creação e custeio, que assim se tornam desnecessários, de mais outra escola, proporcionam-se os meios para em outro lugar terem os meninos o preciso ensino (CONGRESSO DE INSTRUÇÃO 1882-1884, item V).
5. O preconceito e prevenção tem de ceder à experiência e ao tempo, que os hão de vencer, atestando mais tarde, com os factos, não serem razoáveis os receios dos que levam tão longe seus escrúpulos para condemnar, por uma preoccupação que os domina, providencia de vantagens não duvidosas. (CONGRESSO DE INSTRUÇÃO 1882-1884, item VIII). (1)
Vejamos agora, pois, qual o argumento moral defendido pela Igreja, para em seguida examinar mais detidamente os itens elencados pelo Inspetor Dr. Uchôa.
Posicionamento da Igreja quanto à co-educação
Iniciemos com as palavras do Magistério de Pio XI, na encíclica Divini Illius Magistri – de 1929, que repete o ensinamento perene da Igreja na matéria da educação. Eis as palavras do Papa:
“D) COEDUCAÇÃO
“De modo semelhante, erroneo e pernicioso à educação cristã é o chamado método da ‘coeducação’, baseado também para muitos no naturalismo negador do pecado original, e ainda para todos os defensores deste método, sobre uma deplorável confusão de ideias que confunde a legítima convivência humana com a promiscuidade e igualdade niveladora. O Criador ordenou e dispos a convivência prefeita dos dois sexos somente na unidade do matrimônio e gradualmente distinta na família e na sociedade. Além disso não há na própria natureza, que os faz diversos no organismo, nas inclinações e nas aptidões, nenhum argumento donde se deduza que possa ou deva haver promiscuidade, e muito menos igualdade na formação dos dois sexos. Estes, segundo os admiráveis desígnios do Criador, são destinados a completar-se mutuamente na família e na sociedade, precisamente pela sua diversidade a qual, portanto, deve ser mantida e favorecida na formação educativa, com a necessária distinção e correspondente separação, proporcionada às diversas idades e circunstâncias. Apliquem-se estes princípios no tempos e lugar oportunos, segundo as normas da prudência cristã, em todas as escolas, nomeadamente no período mais delicado e decisivo da formação, qual é o da adolescência; e nos exercícios ginásticos e desportivos, com particular preferência à modéstia cristã na juventude feminina, a qual fica muito mal toda a exibição e publicidade.” (Papa Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, Ed. Escolas Profissionais Salesianas, 1938, p. 46)
As bases da doutrina contra a co-educação se firmam, pois, nas palavras do Santo Padre, que diz que Deus Nosso Senhor criou o homem e a mulher desiguais, para que se completassem perfeitamente por meio do matrimônio. A cada um dos sexos caberia um papel na vida de família e na sociedade e por isto se faz necessário que a educação de meninos e meninas seja também desigual. Portanto, a “igualdade niveladora” na educação, como diz Pio XI, é contrária aos desígnios de Deus para a família e a sociedade. Daí já decorre um grave defeito da co-educação nas escolas.
E, além do igualitarismo, há ainda o problema moral relacionado com a pureza e castidade. Como diz o Papa, a co-educação promove a promiscuidade entre os sexos, visto que a convivência entre os sexos se torna constante: no Brasil são pelos menos 6 horas de convívio comum, na ida para a escola, nas aulas, nos recreios, na volta para casa… É neste sentido que Pio XI diz que grande parte dos defensores da co-educação se baseiam num naturalismo que nega o pecado original, pois quem imagine que um convívio tão longo e próximo não apresente riscos para a pureza – quer seja por um contato sexual precoce e pré-matrimonial ou por uma influência malfazeja à práticas anti-naturais – só pode fazer pouco caso do ensinamento tradicional da Igreja tanto em relação ao pecado original e quanto à inclinação do homem ao pecado.
Sintetizando, Pio XI diz:
I) contra o igualitarismo: meninos e meninas são diferentes, portanto precisam de educação diferenciada;
II) contra a sensualidade: a proximidade excessiva entre os dois sexos degenera em promiscuidade;
III) a separação dos sexos na escola deve acontecer sempre que possível, mas principalmente no período da adolescência e nas aulas de educação física.
Vejamos agora o que dizem os moralistas católicos, começando pelas palavras do Dizionario di Teologia Morale de 1968, dirigido pelo Cardeal Roberti e revisto à luz do Concílio Vaticano II. No verbete Sexo pode-se ler:
“’O contato social entre pessoas dos dois sexos tem influência benéfica e educativa. Este contato o oferece, de uma maneira mais natural e equilibrada, a vida da família numerosa, na qual há pai e mãe e a prole quase sempre é composta de irmãos e irmãs. Um contato fora da família, demasiado grande e frequente, não está isento de perigos. Por isso, deve-se evitar tanto quanto possível a co-educação de jovens de sexo diferente nas mesmas escolas‘” (Dizionario di Teologia Morale, Ed. Studium, Roma, 1968, 4.ª ed., revista à luz do Concílio ecumênico Vaticano II, p. 1524-1525 / Imprimatur: Sac. Marius Iacovelli, Vic. Gen., Tibure, 25-2-1968 in A TFP: uma vocação, TFP e famílias, TFP e famílias na crise espiritual e temporal do século XX, Vol. I, elaborada por uma comissão de estudos da TFP, em fevereiro de 1986)
Este trecho repete o ensinamento do Magistério de Pio XI, acrescentando que a Igreja considera o contato social entre os dois sexos benéfico, desde que seja feito dentro do próprio ambiente familiar, entre pai, mãe, filhos e filhas. Como bem disse o Papa, a convivência perfeita entre os dois sexos se dá no matrimônio, e menos perfeita que esta convivência vem logo abaixo a convivência dos filhos e filhas do casal no mesmo lar: convivência imperfeita, mas que é, para crianças e adolescentes, a que mais condiz com seu estado de desenvolvimento. Mas, para que este relacionamento seja ainda mais rico, o Cardeal reitera que contribui enormemente a prole numerosa: geralmente composta por meninos e meninas. Eis a sabedoria da Igreja!
No mesmo Dizionario, o Cardeal Palazzini, na época Prefeito da Sagrada Congregação para a Causa dos Santos, escreve:
“’Co-educação é a educação de meninos e meninas feita em comum com o fim de favorecer um pretenso encontro natural e progressivo entre os dois sexos.
‘Além dos propugnadores do naturalismo e de alguns protestantes, que julgaram encontrar na co-educação um elemento favorável para a sanidade dos costumes em contraposição aos perigos do auto-erotismo, tal método tem sido elogiado também por alguns católicos. Estes têm sustentado ver nele uma forma de imunização gradual contra o mal, um incentivo para a gentileza e a emulação e uma expressão análoga à vida de família.
‘Porém a Igreja tem-se declarado constantemente contrária a tal método, porque tem visto nele um grave perigo para a pureza e para a formação dos jovens. Com efeito, a comparação com a vida familiar é claramente forçada, e uma vez mais se abusa na aplicação do princípio da imunização produzida pelo hábito (‘ab assuetis non fit passio’), esquecendo- se de que o hábito pode eliminar o choque da impressão nova, mas não elimina, pelo contrário aumenta o perigo proveniente do contato contínuo, constituindo um estímulo natural para as paixões, não só pela novidade, como também por seu conteúdo. E a experiência só faz confirmar a observação‘” (Cardeal Pietro Palazzini, in Dizionario di Teologia Morale, Ed. Studium, Roma, 1968, 4.ª ed., revista à luz do Concílio ecumênico Vaticano II, p. 323 / Imprimatur: Sac. Marius Iacovelli, Vic. Gen., Tibure, 25-2-1968 in A TFP: uma vocação, TFP e famílias, TFP e famílias na crise espiritual e temporal do século XX, Vol. I, elaborada por uma comissão de estudos da TFP, em fevereiro de 1986)
O Cardeal aponta para os argumentos dos co-educadores. Notemos que, curiosamente, são os mesmos argumentos do Dr. Uchôa no século XIX. Os argumentos seriam:
a) O contato entre os sexos favorece a convivência natural (o mesmo ponto 1 do Dr. Uchôa);
b) O contato entre os sexos evita certas práticas anti-naturais [auto-erotismo];
c) O contato entre os sexos incentiva a gentileza e representa a vida de família, preparando os jovens para a vida futura (o mesmo ponto 3 do Dr. Uchôa);
Ao que o Cardeal Palazzini opõe os seguintes contra-argumentos:
a.1) A convivência frequente entre os sexos elimina o choque da novidade, porém aumenta o perigo de pecado, incitando as paixões inferiores;
b.1) Decorrente do que se disse acima, as práticas anti-naturais só tendem a aumentar;
c.1) A comparação com a vida de família é evidentemente forçada, apenas visando justificar a posição da co-educação;
Por fim, citemos – ainda no Dizionario – a posição do Professor Carlo Rizzo, livre-docente de Clínica de enfermidades nervosas e mentais na Universidade de Roma:
“’Um dos corolários desses deletérios princípios – de Hirschfeld, criador da teoria do terceiro sexo, que seria o sexo do homossexual – é a promiscuidade sexual: mal que à primeira vista pode parecer sem gravidade, mas que, de fato, se torna frequentemente pernicioso já que pode constituir facilmente a premissa, a ocasião e o incentivo para aqueles males já mencionados – [homossexualidade, amor livre, neo- maltusianismo, etc...]
‘A todos é notório como a prudente separação entre os jovens e as jovens, que existia até há alguns decênios, praticamente desapareceu atualmente.’” (Prof. Carlo Rizzo, in Dizionario di Teologia Morale, Ed. Studium, Roma, 1968, 4.ª ed., revista à luz do Concílio ecumênico Vaticano II, pp. 1525-1526 / Imprimatur: Sac. Marius Iacovelli, Vic. Gen., Tibure, 25-2- 1968 in A TFP: uma vocação, TFP e famílias, TFP e famílias na crise espiritual e temporal do século XX, Vol. I, elaborada por uma comissão de estudos da TFP, em fevereiro de 1986)
Duas coisas chamam a atenção neste trecho: a primeira é que, mesmo que inconscientemente, os defensores da co-educação – promovendo a promiscuidade sexual – se aproximam dos princípios de pensadores como Magnus Hirschfeld, que defendia a tese de que haviam três sexos, sendo que homens e mulheres tinham diversas características em comum, não podendo ser taxados inflexivelmente enquanto seres do sexo masculino e feminino, e a síntese destes constituiria o indivíduo homossexual, que estaria numa posição intermediária entre os dois seres. Deste modo, os homens não são homens, as mulheres não são mulheres e os homossexuais representam os dois primeiros: no fundo, uma teoria do bissexualismo e da androginia. Portanto, não haveria mal algum em se colocar meninos e meninas na mesma classe, visto que no fundo todos são iguais. E, de uma maneira ou de outra, é isto o que reproduzem os co-educadores quando dizem que meninos e meninas têm as mesmas aptidões, as mesmas capacidades para diferentes coisas, e propõem o ensino em comum.
E o segundo ponto que chama atenção é o alerta dado pelo prof. Rizzo: a separação entre os sexos praticamente desapareceu; ou seja, estamos num ambiente abertamente influenciado pelas teorias igualitárias e anti-naturais de estudiosos como Sigmund Freud, Hirschfeld e outros, e ao mesmo tempo afastado da influência benigna e santificante da Igreja Católica.
Considerações finais à luz da doutrina católica sobre os pontos em favor da co-educação
A primeira e mais importante consideração a se fazer é que os defensores da co-educação passam completamente por cima de todo e qualquer argumento moral, dando a impressão de que o ponto central da discussão é de nível exclusivamente intelectual e/ou econômico. Em verdade, no ponto 5 o Dr. Uchôa tece, veladamente uma crítica ao argumento moral, taxando-o de preconceituoso e retrógrado, que deve dar espaço à racionalidade do ponto de vista dos co-educadores. Como costumeiro nos meios positivistas e progressistas, o Dr. Uchôa deixa a cargo da experiência e do tempo a extinção dos posicionamentos dos moralistas escrupulosos. Ou seja, o processo evolutivo da sociedade se encarregará de fazer desaparecer qualquer elemento ultrapassado, pois esta seria a verdadeira marcha da história e da humanidade: o progresso indefinido, atropelando sempre os costumes e crenças do passado. Mas, poderíamos pergunta, porque a doutrina católica será ultrapassada e os ideais dos co-educadores, velhos já de mais de 200 anos, podem continuar os mesmos? Como exemplo podemos ver que os argumentos listados pelo Cardeal Palazzini em 1968 são os mesmos dados pelo Dr. Uchôa em 1882: então, só as ideias positivistas não serão nunca ultrapassadas?
O professor Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP – Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade – no jornal Legionário de 1943 escreveu artigo intitulado “Co-educação” em que trata de analisar alguns dos pontos aqui discutidos. Ele diz que “(…) o problema consiste em saber se realmente os adversários da co-educação têm fundados motivos para sustentar sua tese. Em caso afirmativo, não há economia que compense os desastres da co-educação”. (2)
Portanto, seguindo o esquema do Dr. Uchôa, tudo depende do seu ponto 5, que é onde ele apresenta a religião como sistema velho e dominado por escrupulos. Se realmente existir um problema moral, e de fato existe – como já comprovado pelas citações do Magistério, moralistas e cientista colocadas acima -, vantagem econômica nenhuma pode justificar a manutenção de um sistema que põe em risco as almas de milhões de crianças e adolescentes: deste modo, o ponto 4, que apresenta o argumento econômico deixa de ter razão de ser.
Então, como podemos ver, todos os pontos em favor da co-educação são contrários ao ensinamento perene da Igreja. Tanto assim, que na encíclica Divini Illius Magistri, Pio XI chega a proibir a frequência dos jovens católicos em escolas acatólicas, neutras e mistas (3). Como, infelizmente, “as circunstâncias de lugar e de tempo” (4) nos obrigam atualmente a ter os filhos matriculados em tais escolas, o mesmo Santo Padre já dizia que nestas ocasiões a frequência se faz tolerável, visto não haver outra solução imediata – mas, que os pais devem procurar as escolas menos danosas para a alma de seus filhos.
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(1) Fabiane Freire França – A Co-educação dos sexos na escola pública brasileira: 1870-1932, Universidade Estadual de Maringá;
(2) Plinio Corrêa de Oliveira – “Co-educação”, Mensário Legionário, nº 555, 28 de março de 1943;
(3) Papa Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, Ed. Escolas Profissionais Salesianas, 1938, p. 52;
(4) Papa Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, Ed. Escolas Profissionais Salesianas, 1938, p. 52.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Excelente Palestra sobre o Trivium

Excelente palestras explicano método de educação Trivium, que era dado durante a Idade Média, faz parte das sete artes liberais que são o Trivium e o Quadrivium.
Trivium: Gramatica, Lógica e Retórica.
Quadrivium: Aritmética, Geometria, Música e Astronomia.


S. Pio X e a Educação Cristã

São Pio X, entre tantos títulos de glória, possui em grau eminente o de ser, como o definiu S.S. Pio XII, o Papa da doutrina cristã; da doutrina cristã ensinada não só por meio da pregação, mas de modo especial por meio do catecismo. Aureolado com este título, ele refulge na Igreja como um dos maiores defensores e promotores da educação cristã da juventude.

Não é possível recordar todos os documentos públicos ou privados, solenes ou íntimos, nos quais se manifesta o zelo de S. Pio X pela instrução religiosa. Recordemos pelo menos a Carta ao arcebispo de Paris, cardeal Richard, Quod a catechimis, de 15 de abril de 1903; a Encíclica Acerbo nimis, de 15 de abril de 1905 que permanece o estatuto definitivo do ensino da doutrina cristã; a Encíclica Editae saepe Dei, de 26 de maio de 1910, por ocasião do 3º centenário de S. Carlos Borromeu na qual lemos:

"De tal instrução cristã aparece evidentemente aumentada a necessidade seja por todo o andamento dos tempos e dos costumes modernos, seja particularmente por aquelas escolas públicas, privadas de toda religião, onde constitui quase um passatempo zombar de todas as coisas santas, e onde igualmente estão abertos à blasfêmia os lábios dos mestres e os ouvidos dos alunos. Falamos da escola que se intitula por suma injúria neutra ou leiga, mas que não passa de uma tirania prepotente de uma seita satânica. Um tal novo jogo de hipócrita falsidade, vós já denunciastes em alta voz e intrepidamente, ó veneráveis irmãos, máxime nos países onde mais afrontosamente foram pisoteados os direitos da religião e da família, antes sufocada a voz mesma da natureza que exige respeitada a fé e o candor da adolescência.

A fim de remediar, na medida em que Nos é possível, um tão grande mal, provocado por aqueles mesmos que, enquanto dos outros pretendem obediência, negam-na ao Senhor supremo de todas as coisas, recomendamos que se instituam nas cidades oportunos cursos de religião. E se bem estas obras, graças aos vossos esforços tenham conseguido até agora bons resultados, é sumamente desejável que sempre mais difusamente se propaguem, isto é, que tais escolas se abram por toda parte e floresçam em mestres respeitáveis por mérito de doutrina e intergidade de vida".

Com seu decreto "libertador" Quam singularis, de 8 de agosto de 1910, sobre a comunhão das crianças, Sua Santidade Pio X deu à obra da educação da infância e da juventude um contributo de excepcional importância. Restabelecendo a doutrina da Igreja primitiva, o Papa restituiu à criança o mais belo e sacro dos seus direitos: o seu direito a Cristo e à vida nela de Cristo. Abriu à criança e ao jovem a autêntica fonte do dinamismo espiritual que assegura a felicidade e a fecundidade da vida. A tática dos ímpios consistia e consiste ainda em arrancar a alma do jovem do seu Deus, de Cristo Jesus. Era este o objetivo de tantas lutas empreendidas e de outros tantos atentados perpetrados. Com um intuito mais que genial, S. Pio X considerou que, diante desta tática, era necessário penetrar no vivo, se assim é possível dizer, da tática adversária; era necessário levar as crianças ao coração de Cristo, divino refúgio, abrir a Cristo os seus corações, na frescura da sua pureza para que Cristo as enchesse do seu amor e da sua força infinita.

(Pio XII e a educação da juventude, Fernessole, pp.37-9)

O que diz o Catecismo da Igreja Católica acerca de Educação


E.4.1 Colaboração dos pais na educação dos filhos


§2206 As relações dentro da família acarretam uma afinidade de sentimentos, de afetos e de interesses, afinidade essa que provém sobretudo do respeito mútuo entre as pessoas. A família é uma comunidade privilegiada, chamada a realizar "uma carinhosa abertura recíproca de alma entre os cônjuges e também uma atenta cooperação dos pais na educação dos filhos".





E.4.2 Direito de uma reta educação sexual

§2344 A castidade representa uma tarefa eminentemente pessoal. Mas implica também um esforço cultural, porque "o homem desenvolve-se em todas as suas qualidades mediante a comunicação com os outros". A castidade supõe o respeito pelos direitos da pessoa, particularmente o de receber uma informação e uma educação que respeitem as dimensões morais e espirituais da vida humana.

E.4.3 Direito e dever dos pais de educar os filhos

§1653 A fecundidade do amor conjugal se estende aos frutos vida moral, espiritual e sobrenatural que os pais transmitem seus filhos pela educação. Os pais são os principais e primeiros educadores de seus filhos. Neste sentido, a tarefa fundamental do Matrimônio e da família é estar a serviço da vida.

§2221 A fecundidade do amor conjugal não se reduz só à procriação dos filhos, mas deve se estender à sua educação moral e formação espiritual. "O papel dos pais na educação é tão importante que é quase impossível substituí-los." O direito e o devei de educação são primordiais e inalienáveis para os pais.

§2223 Os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos. Dão testemunho desta responsabilidade em primeiro lugar pela criação de um lar no qual a ternura, o perdão, o respeito, a fidelidade e o serviço desinteressado são a regra. O lar é um lugar apropriado para a educação das virtudes. Esta requer a aprendizagem da abnegação, de um reto juízo, do domínio de si, condições de toda liberdade verdadeira. Os pais ensinarão os filhos a subordinar "as dimensões físicas e instintivas às dimensões interiores e espirituais." Dar bom exemplo aos filhos é uma grave responsabilidade para os pais. Sabendo reconhecer diante deles seus próprios defeitos, ser-lhes-á mais fácil guiá-los e corrigi-los:

"Aquele que ama o filho usará com freqüência o chicote; aquele que educa seu filho terá motivo de satisfação" (Eclo 30,1-2). "E vós, pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina e correção do Senhor" (Ef 6,4).

§2372 O Estado é responsável pelo bem-estar dos cidadãos. Por isso, é legítimo que ele intervenha para orientar a demografia da população. Pode fazer isso mediante uma informação objetiva e respeitosa, mas nunca por via autoritária e por coação. O Estado não pode legitimamente substituir a iniciativa dos esposos, primeiros responsáveis pela procriação e educação de seus filhos. O Estado não está autorizado a intervir neste campo, com meios contrários à lei moral.

E.4.4 Educação cristã dos filhos como caminho de santificação

§902 De maneira especial, os pais participam do múnus de santificação "quando levam uma vida conjugal com espírito cristão e velando pela educação cristã dos filhos".

E.4.5 Educação da consciência

§1783 A consciência deve ser educada e o juízo moral, esclarecido. Uma consciência bem formada é reta e verídica. Formula seus julgamentos seguindo a razão, de acordo com o bem verdadeiro querido pela sabedoria do Criador. A educação da consciência e indispensável aos seres humanos submetidos a influências negativas e tentados pelo pecado a preferir seu julgamento próprio e a recusar os ensinamentos autorizados.

§1784 A educação da consciência é uma tarefa de toda a vida. Desde os primeiros anos, alerta a criança para o conhecimento e a prática da lei interior reconhecida pela consciência moral. Uma educação prudente ensina a virtude, preserva ou cura do medo, do egoísmo e do orgulho, dos sentimentos de culpabilidade e dos movimentos de complacência, nascidos da fraqueza e das faltas humanas. A educação da consciência garante a liberdade e gera a paz do coração.

§1785 Na formação da consciência, a Palavra de Deus é a luz de nosso caminho; é preciso que a assimilemos na fé e na oração e a ponhamos em prática. É preciso ainda que examinemos nossa consciência, confrontando-nos com a Cruz do Senhor. Somos assistidos pelos dons do Espírito Santo, ajudados pelo testemunho e conselhos dos outros e guiados pelo ensinamento autorizado da Igreja.

E.4.6 Educação da fé cristã dever e múnus

§1635 Conforme o direito em vigor na Igreja Latina, um casamento misto exige, para sua liceidade, a permissão expressa da autoridade eclesiástica. Em caso de disparidade de culto, requer-se uma dispensa expressa do impedimento para a validade do casamento. Esta permissão ou esta dispensa supõem que as duas partes conheçam e não excluam os fins e as propriedades essenciais do casamento, e também que a parte católica confirme o empenho, com o conhecimento também da parte não-católica, de conservar a própria fé e assegurar o batismo e a educação dos filhos na Igreja católica.

§1651 A respeito dos cristãos que vivem nesta situação e geralmente conservam a fé e desejam educar cristãmente seus filhos, os sacerdotes e toda a comunidade devem dar prova de uma solicitude atenta, a fim de não se considerarem separados da Igreja, pois, como batizados, podem e devem participar da vida da Igreja:

Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a freqüentar o sacrifício da missa, a perseverar na oração, a dar sua contribuição às obras de caridade e às iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim implorar, dia a dia, a graça de Deus.

§1656 Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hóstia à fé, as famílias cristãs são de importância primordial, como lares de fé viva e irradiante. Por isso, o Concílio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de "Ecclesia domestica". E no seio da família que os pais são "para os filhos, pela palavra e pelo exemplo... os primeiros mestres da fé. E favoreçam a vocação própria a cada qual, especialmente a vocação sagrada".

§1657 E na família que se exerce de modo privilegiado o sacerdócio batismal do pai de família, da mãe, dos filhos, de todos os membros da família, "na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho de uma vida santa, na abnegação e na caridade ativa". O lar é, assim, a primeira escola de vida cristã e "uma escola de enriquecimento humano". E aí que se aprende a resistência à fadiga e a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e mesmo reiterado e, sobretudo, o culto divino pela oração e oferenda de sua vida.

§1658 Não podemos esquecer também certas pessoas que, por causa das condições concretas em que precisam viver – muitas vezes contra a sua vontade -, estão particularmente próximas do coração de Jesus e merecem uma atenciosa afeição e solicitude da Igreja e principalmente dos pastores: o grande número de pessoas celibatárias. Muitas dessas pessoas ficam sem família humana, muitas vezes por causa das condições de pobreza. Há entre elas algumas que vivem essa situação no espírito das bem-aventuranças, servindo a Deus e ao próximo de modo exemplar. A todas elas é preciso abrir as portas dos lares, "Igrejas domésticas", e da grande família que é a Igreja. "Ninguém está privado da família neste mundo: a Igreja é casa e família para todos, especialmente para quantos 'estão cansados e oprimidos'."

§1659 São Paulo diz: "Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a igreja... E grande este mistério: refiro-me à relação entre Cristo e sua Igreja" (Ef 5,25.32).

§1660 O pacto matrimonial, pelo qual um homem e uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, foi fundado e dotado de suas leis próprias pelo Criador. - uma natureza, é ordenado ao bem dos cônjuges, como também à geração e educação dos filhos. Entre os batizados, foi elevado, por Cristo Senhor, à dignidade de sacramento.

§1661 O sacramento do Matrimônio significa a união de Cristo com igreja. Concede aos esposos a graça de amarem-se com o mesmo amor com que Cristo amou sua Igreja; a graça do sacramento leva à perfeição o amor humano dos esposos, consolida unidade indissolúvel e os santifica no caminho da vida eterna.

§1662 O Matrimônio se baseia no consentimento dos contraentes, isto é, na vontade de doar-se mútua e definitivamente para viver uma aliança de amor fiel e fecundo.

§1663 Como o Matrimônio estabelece os cônjuges num estado público de vida na Igreja, convém que sua celebração seja pública no quadro de uma celebração litúrgica diante do sacerdote (ou de testemunha qualificada da Igreja), das testemunhas e da assembléia dos fiéis.

§1664 A unidade, a indissolubilidade e a abertura à fecundidade essenciais ao Matrimônio. A poligamia é incompatível com unidade do matrimônio; o divórcio separa o que Deus uniu; a recusa da fecundidade desvia a vida conjugal de seu mais excelente": a prole.

§1665 O novo casamento dos divorciados ainda em vida do legítimo cônjuge contraria o desígnio e a lei de Deus que Cristo ensinou. Eles não estão separados da Igreja, mas não têm acesso à comunhão eucarística. Levarão vida cristã principalmente educando seus filhos na fé.

§1666 O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o lar é chamado, com toda razão, de "Igreja doméstica", comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e da caridade cristã.

§2685 A família cristã é o primeiro lugar da educação para a oração. Fundada sobre o sacramento do matrimônio, ela é "a Igreja doméstica", onde os filhos de Deus aprendem a orar "como Igreja" e a perseverar na oração. Para as crianças, particularmente, a oração familiar cotidiana é o primeiro testemunho da memória viva da Igreja reavivada pacientemente pelo Espírito Santo.

E.4.7 Educação da fé e conseqüências de sua negligência

§2125 Na medida em que rejeita ou recusa a existência de Deus, o ateísmo é um pecado contra a virtude da religião. A imputabilidade desta falta pode ser seriamente diminuída em virtude das intenções e das circunstâncias. Na gênese e difusão do ateísmo, "grande parcela de responsabilidade pode caber aos crentes, na medida em que, negligenciando a educação da fé, ou por uma exposição enganosa da doutrina, ou por deficiência em sua vida religiosa, moral e social, se poderia dizer deles que mais escondem do que manifestam o rosto autêntico de Deus e da religião"

E.4.8 Educação da liberdade

§2370 A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má "toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas conseqüências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação"

"À linguagem nativa que exprime a recíproca doação total dos cônjuges a contracepção impõe uma linguagem objetivamente contraditória, a do não se doar ao outro. Deriva daqui não somente a recusa positiva de abertura à vida, mas também uma falsificação da verdade interior do amor conjugal, chamado a doar-se na totalidade pessoal." Esta diferença antropológica e moral entre a contracepção e o recurso aos ritmos periódicos "envolve duas concepções da pessoa e da sexualidade humana irredutíveis entre si".

§2526 O que se costuma chamar permissividade dos costumes se apoia numa concepção errônea da liberdade humana; para se edificar, esta última tem necessidade de se deixar educar previamente pela lei moral. Convém exigir dos responsáveis pela educação que dêem à juventude um ensino respeitoso da verdade, das qualidades do coração e da dignidade moral e espiritual do homem

E.4.9 Efeitos e frutos da educação

§1839 As virtudes morais crescem pela educação, pelos atos deliberados e pela perseverança no esforço. A graça divina purifica e as eleva.

§1917 Cabe aos que exercem a função de autoridade fortalecer os valores que atraem a confiança dos membros do grupo e os incitam a se colocar a serviço dos semelhantes. A participação começa pela educação e pela cultura. "Podemos pensar com razão em depositar o futuro da humanidade nas mãos daqueles que são capazes de transmitir às gerações do amanhã razões de viver e de esperar."

E.4.10 Formação religiosa vide Formação

E.4.11 Impedimentos para a educação dos filhos

§1634 A diferença de confissão entre os cônjuges não constitui obstáculos insuperável para o casamento, desde que consigam pôr em comum o que cada um deles recebeu em sua comunidade e aprender um do outro o modo de viver sua fidelidade a Cristo. Mas nem por isso devem ser subestimadas as dificuldades dos casamentos mistos. Elas se devem ao fato de que a separação dos cristãos é uma questão ainda não resolvida. Os esposos correm o risco de sentir o drama da desunião dos cristãos no seio do próprio lar. A disparidade de culto pode agravar ainda mais essas dificuldades. As divergências concernentes à fé, à própria concepção do casamento, como também mentalidades religiosas diferentes, podem constituir uma fonte de tensões no casamento, principalmente no que tange à educação dos filhos. Uma tentação pode então apresentar-se: a indiferença religiosa.

E.4.12 Liberdade de educar os filhos na fé e na comunidade política

§2211 A comunidade política tem o dever de honrar a família, de assisti-la, de lhe garantir sobretudo:

 O direito de se constituir, de ter filhos e de educá-los de

 acordo com suas próprias convicções morais e religiosas;

 a proteção da estabilidade do vínculo conjugal e da instituição familiar;

 a liberdade de professar a própria fé, de transmiti-la, de educar nela os filhos, com os meios e as Instituições necessárias;

 o direito à propriedade privada, à liberdade de empreendimento, ao trabalho, à moradia, à emigração;

 de acordo com as instituições dos países, o direito à assistência médica, à assistência aos idosos, aos abonos familiares;

 a proteção da segurança e da saúde, sobretudo em relação aos perigos, como drogas, pornografia, alcoolismo etc.;

 a liberdade de formar associações com outras famílias e, assim, serem representadas junto às autoridades civis.

E.4.13 Matrimônio e educação dos filhos

§1601 "A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor."

§1652 O instituto do Matrimônio e o amor dos esposos estão, por sua índole natural, ordenados à procriação e à educação dos filhos, e por causa dessas coisas (a procriação e a educação dos filhos), (o instituto do Matrimônio e o amor dos esposos) são como que coroados de maior glória.

Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos próprios pais. Deus mesmo disse: "Não convém ao homem ficar sozinho" (Gn 2,18), e "criou de início o homem como varão e mulher" (Mt 19,4); querendo conferir ao homem participação especial em sua obra criadora, abençoou o varão e a mulher dizendo: "Crescei e multiplicai-vos" (Gn 1,28). Donde se segue que o cultivo do verdadeiro amor conjugal e toda a estrutura da vida familiar que daí promana, sem desprezar os outros fins do Matrimônio, tendem a dispor os cônjuges a cooperar corajosamente como amor do Criador e do Salvador que, por intermédio dos esposos, quer incessantemente aumentar e enriquecer sua família.

§2201 A comunidade conjugal está fundada no consentimento dos esposos. O casamento e a família estão ordenados para o bem dos esposos, a procriação e a educação dos filhos. O amor dos esposos e a geração dos filhos instituem entre os membros de uma mesma família relações pessoais e responsabilidades primordiais.

E.4.14 Pais primeiros e principais educadores dos filhos

§1653 A fecundidade do amor conjugal se estende aos frutos vida moral, espiritual e sobrenatural que os pais transmitem seus filhos pela educação. Os pais são os principais e primeiros educadores de seus filhos. Neste sentido, a tarefa fundamental do Matrimônio e da família é estar a serviço da vida.

§2206 As relações dentro da família acarretam uma afinidade de sentimentos, de afetos e de interesses, afinidade essa que provém sobretudo do respeito mútuo entre as pessoas. A família é uma comunidade privilegiada, chamada a realizar "uma carinhosa abertura recíproca de alma entre os cônjuges e também uma atenta cooperação dos pais na educação dos filhos".

§2372 O Estado é responsável pelo bem-estar dos cidadãos. Por isso, é legítimo que ele intervenha para orientar a demografia da população. Pode fazer isso mediante uma informação objetiva e respeitosa, mas nunca por via autoritária e por coação. O Estado não pode legitimamente substituir a iniciativa dos esposos, primeiros responsáveis pela procriação e educação de seus filhos. O Estado não está autorizado a intervir neste campo, com meios contrários à lei moral.

E.4.15 Tornar acessível o direito de educar

§1908 Em segundo lugar, o bem comum exige o bem-estar social e o desenvolvimento do próprio grupo o desenvolvimento é o resumo de todos os deveres sociais. E claro, cabe à autoridade servir de árbitro, em nome do bem comum, entre os diversos interesses particulares. Mas ela deve tornar acessível a cada um aquilo de que precisa para levar uma vida verdadeiramente humana: alimento, vestuário, saúde, trabalho, educação e cultura, informação conveniente, direito de fundar um lar etc.

§1911 As dependências humanas se intensificam. Estendem-se aos poucos à terra inteira. A unidade da família humana, reunindo seres que gozam de uma dignidade natural igual, implica um bem comum universal. Este exige uma organização da comunidade das nações capaz de "atender às várias necessidades dos homens, tanto no campo da vida social (alimentação, saúde, educação...) como em certas condições particulares que podem surgir cá ou lá, tais como a necessidade (...) de acudir aos sofrimentos dos refugiados (...),ou de ajudar os emigrantes e suas famílias".

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Religião no Mundo Moderno e Educação nos dias de Hoje

Esse video mostra claramente como é tratada a religião no mundo de hoje. Como algo sem muita importância, todas as religiões são iguais, o importante é acreditar em algo, temos que ter tolerância...O mais interssante foi quando o professor ergueu a voz para o aluno dizendo que nao tolerava Chersterton por causa do livro Ortodoxia que significa ensinamento correto e religião nao tinha nada a ver com isso mas com tolerancia....incoerente não é? ao mesmo que pede tolerância é intolerante com aqueles que querem seguir o caminho correto assim acontece nos dias de hoje quando o assunto é religião. O mundo de hoje não aceita que exista uma só Verdade,  vivem imersas num relativismo onde tudo valido, mas quando se fala em uma moral de vida, religião, caminho correto, já te taxam de preconceituoso, intolerante e por aí vai. Realmente não é fácil ser cristão nesse mundo mas nem o próprio Cristo disse que seria. Então não devemos esperar que as pessoas nos aceitem, mas importante é que Deus nos aceite.
Agora a questão da educação. A pedagogia marxista ensinou que não se pode ter mais autoridade dentro de sala de aula, que o professor é apenas um "facilitador" e não o mestre que ensina. Que as cadeiras estão dispostas de uma maneira opressora, pois estao enfileiradas e de frente para o professor e que a sala deveria estar circulo, pois aí demonstra a igualdade de ambos. Ora se o professor fosse apenas um facilitador ele nao precisava estar ali os alunos aprenderiam por si mesmos. Mas a função dele é justamente transmitir o conhecimento ser o mestre que ensina e não um "facilitador" como tais pedagogias querem dizer. E isso não é oprimir o aluno mas sim ensinar o caminho da verdade para que ele saiba a direção a seguir. Isso não significa que não haja interação entre professor e aluno, mas unicamnte que o professor é a autoridade e deve ser respeitado como tal. Afinal como quando nao sabemos o caminho precisamos de alguém que nos guie e assim são os professores, e quando necessário deve cobrar disciplina, não por serem carrascos, mas por querer o bem de seus alunos.



domingo, 27 de novembro de 2011

Apresentação

Sou estudante de pegagogia, portanto, interessada em educação. Tenho visto, nos dias de hoje, que a educação esta cada vez pior. Não só do ponto de vista político, falta de estrutura nas escolas ou o salário dos professores, mas principalmente em matéria moral. Os pais não tem mais autoridade sobre os filhos muito menos os professores. Adotou-se uma pedagogia onde o aluno pode fazer o que quer, ele mesmo constrói seu conhecimento, nao se pode interferir no processo de aprendizagem mas deixar que ele experimente as coisas por si mesmo. Esse tipo de educação está levando a degradação de nossos jovens e crianças. É preciso mostrar que existe um caminho correto a seguir, que não é sendo guiado por seus extintos que vão ser sábios, mas sim tendo alguem que os guie para o caminho da verdade. Por isso, urge resgatar valores que a revolução cultural nos tirou. É preciso uma educação verdadeira onde se forme um homem na sua totalidade intelectual, moral e espiritual. E uma educação embasada em valores cristãos pode oferecer tudo isso. Por isso, pretendo expor aqui varios temas acerca de educação, valores cristãos, como tambem o que ensina a Santa Igreja Católica a respeito do assunto.

Espero fazer um bom trabalho!

Em Cristo, Emiliane.