terça-feira, 29 de novembro de 2011

S. Pio X e a Educação Cristã

São Pio X, entre tantos títulos de glória, possui em grau eminente o de ser, como o definiu S.S. Pio XII, o Papa da doutrina cristã; da doutrina cristã ensinada não só por meio da pregação, mas de modo especial por meio do catecismo. Aureolado com este título, ele refulge na Igreja como um dos maiores defensores e promotores da educação cristã da juventude.

Não é possível recordar todos os documentos públicos ou privados, solenes ou íntimos, nos quais se manifesta o zelo de S. Pio X pela instrução religiosa. Recordemos pelo menos a Carta ao arcebispo de Paris, cardeal Richard, Quod a catechimis, de 15 de abril de 1903; a Encíclica Acerbo nimis, de 15 de abril de 1905 que permanece o estatuto definitivo do ensino da doutrina cristã; a Encíclica Editae saepe Dei, de 26 de maio de 1910, por ocasião do 3º centenário de S. Carlos Borromeu na qual lemos:

"De tal instrução cristã aparece evidentemente aumentada a necessidade seja por todo o andamento dos tempos e dos costumes modernos, seja particularmente por aquelas escolas públicas, privadas de toda religião, onde constitui quase um passatempo zombar de todas as coisas santas, e onde igualmente estão abertos à blasfêmia os lábios dos mestres e os ouvidos dos alunos. Falamos da escola que se intitula por suma injúria neutra ou leiga, mas que não passa de uma tirania prepotente de uma seita satânica. Um tal novo jogo de hipócrita falsidade, vós já denunciastes em alta voz e intrepidamente, ó veneráveis irmãos, máxime nos países onde mais afrontosamente foram pisoteados os direitos da religião e da família, antes sufocada a voz mesma da natureza que exige respeitada a fé e o candor da adolescência.

A fim de remediar, na medida em que Nos é possível, um tão grande mal, provocado por aqueles mesmos que, enquanto dos outros pretendem obediência, negam-na ao Senhor supremo de todas as coisas, recomendamos que se instituam nas cidades oportunos cursos de religião. E se bem estas obras, graças aos vossos esforços tenham conseguido até agora bons resultados, é sumamente desejável que sempre mais difusamente se propaguem, isto é, que tais escolas se abram por toda parte e floresçam em mestres respeitáveis por mérito de doutrina e intergidade de vida".

Com seu decreto "libertador" Quam singularis, de 8 de agosto de 1910, sobre a comunhão das crianças, Sua Santidade Pio X deu à obra da educação da infância e da juventude um contributo de excepcional importância. Restabelecendo a doutrina da Igreja primitiva, o Papa restituiu à criança o mais belo e sacro dos seus direitos: o seu direito a Cristo e à vida nela de Cristo. Abriu à criança e ao jovem a autêntica fonte do dinamismo espiritual que assegura a felicidade e a fecundidade da vida. A tática dos ímpios consistia e consiste ainda em arrancar a alma do jovem do seu Deus, de Cristo Jesus. Era este o objetivo de tantas lutas empreendidas e de outros tantos atentados perpetrados. Com um intuito mais que genial, S. Pio X considerou que, diante desta tática, era necessário penetrar no vivo, se assim é possível dizer, da tática adversária; era necessário levar as crianças ao coração de Cristo, divino refúgio, abrir a Cristo os seus corações, na frescura da sua pureza para que Cristo as enchesse do seu amor e da sua força infinita.

(Pio XII e a educação da juventude, Fernessole, pp.37-9)

Nenhum comentário:

Postar um comentário